Confrontada com o fenómeno de alterações climáticas que atravessa neste momento, a humanidade tem vindo a procurar soluções sustentáveis em todos os setores, incluindo o dos transportes.
A indústria automóvel, conhecida pela sua substancial pegada de carbono, encontra-se sob escrutínio no que toca ao seu papel quanto às emissões de dióxido de carbono e à poluição atmosférica em geral.
Com base neste cenário, a escolha entre comprar carros usados e novos surge como decisiva relativamente a implicações ambientais a longo prazo.
A pressão ambiental dos automóveis novos
A produção de veículos novos compreende a utilização intensiva de recursos, consumindo, por isso, vastas quantidades de energia, água e matérias-primas.
Além do mais, o processo de produção resulta na emissão de um volume significativo de gases de efeito de estufa e outros poluentes, o que contribui para o aquecimento global e para a deterioração da qualidade do ar.
A justificação para comprar carros usados
Optar por um carro usado em detrimento de um novo reduz significativamente o impacto ambiental de que falávamos supra.
A lógica é bastante fácil de compreender: a compra de um veículo usado prolonga a vida de recursos pré-existentes e adia o custo ambiental inerente à produção um veículo novo.
Esta escolha torna-se cada vez mais relevante num mundo que procura atingir a sustentabilidade e reduzir a sua pegada ambiental, quer individual, quer coletivamente.
Redução de emissões de dióxido de carbono
Um dos melhores motivos para optar por comprar carros usados consiste na prevenção da emissão de gases de efeito de estufa associada à produção de um veículo novo.
A Agência Europeia do Ambiente relata que os veículos 100% elétricos emitem menores quantidades de agentes poluentes ao longo de todo o seu tempo de vida útil, comparativamente a veículos com motor de combustão interna.
Estes dados não só apontam para os veículos elétricos como uma alternativa mais ecológica, como também sublinham a importância de conseguir tirar o máximo proveito do tempo de vida útil de um automóvel, de forma a reduzir o impacto ambiental da produção de novos exemplares.
Impacto na qualidade do ar e na saúde pública
A emissão de gases de automóveis não só contribui para o aquecimento global, como também se constitui como um risco substancial para a saúde pública e para a qualidade do ar.
Os veículos com motor de combustão interna emitem uma combinação de gases e partículas que resultam em determinadas maleitas como asma, doenças cardiovasculares e bronquite.
A adoção de regras mais restritivas relativamente a estas emissões poderá ajudar a prevenir centenas de milhares de mortes prematuras por ano, uma vez que se registará uma redução de partículas finas e dos níveis de ozono.
Ao optarem por comprar carros usados, os consumidores estarão a contribuir para uma menor procura de carros novos, diminuindo, assim, a necessidade da sua produção, algo que se reflete indiretamente no decréscimo do volume de emissões prejudiciais libertadas na atmosfera.
Incentivo à execução de práticas sustentáveis
Optar por veículos usados poderá também estimular a indústria automóvel a adotar práticas mais sustentáveis.
Quanto maior for a manifestação por esta preferência, maior será a pressão sentida pelos fabricantes para conceberem viaturas duráveis, fáceis de reparar e recicláveis, algo que se alinha com os princípios da economia circular.
Tal não só prolongaria o tempo de vida útil dos veículos, como também reduziria o desperdício e a procura por novas matérias-primas.
O papel dos veículos elétricos
Embora estejamos a focar-nos em carros usados, há que saber reconhecer o papel preponderante dos veículos elétricos na mitigação das alterações climáticas.
Estas viaturas proporcionam substanciais vantagens no que toca à redução de emissões ao longo de todo o seu tempo de vida útil, sendo fundamentais na transição para a existência de transportes sustentáveis.
Contudo, o impacto ambiental da sua produção, em especial no que concerne a recolha de materiais necessários ao bom funcionamento das baterias, sublinha o quão é importante praticar uma economia circular que dê prioridade à reutilização e à reciclagem.
Em conclusão
No fim de contas, a compra de carros usados constitui uma estratégia prática para ajudar a combater as alterações climáticas.
Ao prolongarem o tempo de vida útil de veículos já produzidos, os consumidores conseguirão reduzir significativamente o impacto ambiental associado à indústria automóvel.
Esta escolha, quando conjugada com uma mudança de posição profunda face aos veículos elétricos e a práticas sustentáveis, contribui para um futuro mais respirável.
À medida que vamos procurando colmatar os desafios que nos são apresentados pelas alterações climáticas, cada decisão que tomarmos, por mais insignificante que aparente ser, desempenha um papel crucial na sustentabilidade do futuro do nosso planeta.